quinta-feira, 14 de junho de 2012

Salve as Folhas....



Na Umbanda, utiliza-se litúrgica e ritualisticamente, as ervas de nossa flora para amacís, imantações, banhos de descarga, etc. As Plantas dos Orixás se dividem em 3 grupos primordiais, à saber: POSITIVAS, NEGATIVAS e NEUTRAS.
Elas são assim catalogadas, conforme a fase lunar da colheita.
A.                Positivas - deverão ser colhidas na fase Crescente ou Cheia
  1. Neutras - deverão ser colhidas na fase Nova
  2. Negativas - deverão ser colhidas na fase Minguante
Entretanto a sua polarização final vai sempre depender das seguintes condições explícitas:
  1. Vibração de quem vai usá-la
  2. Vibração das demais ervas utilizadas
  3. Vibração da intenção com que serão usadas
POSITIVAS: são ervas que, quando usadas, só positivam, não podendo ser intrinsecamente usadas para outro tipo de trabalho.
NEUTRAS: são todas as ervas que servem para, material ou espiritualmente, neutralizar o efeito de outras ervas, o efeito de doenças, assim como o efeito de vibrações negativas e/ou positivas.
NEGATIVAS: são ervas usadas explicitamente para negativar.
A erva é sempre positiva quando colhida nos dois primeiros dias da lunação respectiva; a dita erva torna-se neutra quando colhida nos 3o , 4o e 5o dias da lunação, e negativa quando colhida nos 6o e 7o dias da lunação. Diz-se Dia de Lunação, porque as ervas devem ser colhidas das 6hs às 18hs, portanto sob o efeito dos raios solares (apesar de regidas pelas fases da lua). Jamais deve-se colher uma erva antes das 6hs ou depois das 18hs, como também, nunca se deve plantar qualquer erva no mesmo período.
As ervas devem ser usadas de três formas diferentes:
A.                Para efeito medicinal
  1. Para efeito litúrgico
  2. Para efeito ritualístico
A) Para efeito medicinal, as ervas podem ser usadas:
I.                        Como tratamento preventivo
  1. Como tratamento normal da doença
  2. Como abortivo rápido e definitivo da referida doença
I) Para uso preventivo, as plantas devem ser colhidas nos 1o e 2o dias da lunação respectiva.
II) Para uso no tratamento normal da doença as plantas devem ser colhidas nos 3o ,4o e 5o dias da lunação respectiva.
III) Para uso como abortivo as plantas devem ser colhidas sempre no 6o e 7o dias da lunação respectiva.
B) Para efeito litúrgico, as ervas podem ser usadas:
I.                        Como imã, para atrair as vibrações do Orixá desejado.
  1. Como neutralizante entre duas forças ou Orixás.
  2. Como ação repulsiva ao Orixá não desejado.
I) Como imã, as ervas devem ser colhidas nos 1o, 2o e 3o dias da lunação respectiva.
II) Como neutralizante, as ervas devem ser colhidas nos 3o, 4o e 5o dias da lunação respectiva.
III) Para efeito repulsivo, as ervas devem ser colhidas nos 6o e 7o dias da lunação respectiva.
C) Para efeito ritualístico, as ervas podem ser usadas:
I.                        Como afirmação ou concordância de efeito litúrgico.
  1. Como equilíbrio entre as forças vibratórias implantadas durante a ação litúrgica.
  2. Como discordância com as forças imantadas.
Entende-se por força imantada, toda a vibração atuante no Ser, mesmo que seja à revelia do mesmo.
I) Como afirmação, as ervas devem ser colhidas nos 1o e 2o dias da lunação respectiva.
II) Como equilíbrio, as ervas devem ser colhidas nos 3o, 4o e 5o dias da lunação respectivo.
III) Como discordância (descarga), as ervas devem ser colhidas nos 6o e 7o dias da lunação respectiva.
RELAÇÃO DAS ERVAS POR ORIXÁS
LINHA DE OXALÁ: arruda, arnica, laranja da terra (folhas), hortelã, poejo, vassoura branca, erva de Oxalá, erva cidreira, alecrim do campo, levante, alecrim miúdo, boldo (tapete de Oxalá), erva quaresma.
LINHA DAS Mães: lágrimas de Nossa Senhora (folhas), mastruço, rosa branca (folhas), pariparoba, orirí de Oxum, erva-de-santa-luzia, espada-de-santa-bárbara, trevo (folhas), quina roxa, abóbora dantas, vitória-régia, açucena, erva-de-santa-bárbara, malva rosa, suma roxa, Ipê Roxo, bambu, rosa amarela, gerberá
LINHA DE IBEJI: amoreira (folhas), alfazema, salsaparrilha, manjericão, ipecacuanha, anil (folhas), capim pé-de-galinha, arranha gato.
LINHA DE XANGÔ: limoeiro (folhas), erva lírio, café (folhas), saião (folhas), erva-de-são-joão, erva de Xangô, quebra-pedra, Rui Barbo, louro, aperta ruã, Maria Nera, erva Moura, Maria Preta, erva de bicho.
LINHA DE OGUM: comigo ninguém pode, espada de Ogum, lança de Ogum, flecha de Ogum, cinco folhas, jurupitã (folhas), jurubeba (folhas), musgo (marinho), ipê (folhas), losna, romã (folhas), sabugueiro, erva-de-coelho, quebra demanda, palma vermelha .
LINHA DE OXÓSSI: picão do mato, cipó caboclo, barba de milho, mil folhas, funcho, fava de quebranto, gervão roxo, tamarindo (folhas), alecrim do mato, boldo, malvarisco, sete sangrias, unha de vaca, azedinha, chapéu de couro, grama barbante, eucalipto,gira sol.
LINHA DAS ALMAS: café (grão), guiné pipíu, arruda (folhas), cambará, sete folhas, erva grossa, vassoura preta, cravo de defunto, mal com tudo, cipó cabeludo.
LINHA DE EXÚ E POMBA GIRA : aroeira, folha de mamona, rosa vermelha, cravo, comigo ninguem pode, jibóia

quinta-feira, 31 de maio de 2012

Festejo de Sáo Joao Batista




Sáo João Batista é Xangò é o dono do meu destino até o fim
se um dia eu faltar com a minha fé
que caia esta pedreira sobre mim.
                                                   Caboclo João de Una


A Tenda Estrela Guia Do Caboclo Joao de Una tem o prazer de convidar o publico em geral e amigos de caminhada para os festejos em honra ao glorioso São Joao Batista  a se realizar à Rua Suécia n 5 Vila Sarney Maracanã .

segunda-feira, 19 de março de 2012

Guardião Exu.

0s guardiões do terreiro, Entidades de segurança nos Templos de Umbanda
 
        Temos que começar a mudar nossos conceitos de Exú e Pomba Gira. Vamos a partir de agora ver o Exú e a Pomba Gira como aquela polícia que guarda e toma conta das ruas obedecendo sempre uma hierarquia de comando, que é o Exú chefe do Terreiro, e acima dele os guias chefes da Casa. Podemos também ver os Exús como aqueles lixeiros alegres que passam pelas ruas recolhendo toda a “sujeira”. Vêm com brincadeiras e algazarras, mas fazem um trabalho enorme em benefício da sociedade, que diga-se de passagem é muito pouco reconhecido. E as Pomba-giras seriam  as “margaridas” mulheres que trabalham também na limpeza de nossas ruas e nossa cidade, exercendo a sua profissão com presteza e determinação. Assim como devemos ter um conceito mais respeitoso do Exú, devemos também dedicar mais respeito aos trabalhos das Pombas Giras, deixando de encará-las como mulheres vulgares e da vida, que só vêm “para arranjar casamento” ou o que é pior, para desfazer casamentos... Isto é uma coisa absurda e vulgar... O trabalho da Pomba Gira é sério.  É também um trabalho de descarrego, de limpeza, de união entre as pessoas. De abertura dos caminhos da vida, seja do ponto de vista material, mental ou espiritual.

O que é esse lixo? 
Nossa sociedade desigual, perversa e preconceituosa. 
Nossas ações. 
Nossas emoções negativa se sobrepondo a nossa capacidade de amar.
        Por isso devemos respeitar ao máximo o trabalho dos Exús, levando-os a sério e não os desrespeitando e nem os menosprezando. 
        Sabendo que a religião de Umbanda, segundo o Caboclo das Sete Encruzilhadas é “A manifestação do espírito para a prática da caridade”, qual a principal função desempenhada pelos Exús nos nossos Templos, Terreiros, Casas ou Centros?
        Na Umbanda o Exú é uma Entidade (alma) que cuida da Segurança da casa e de seus médiuns. Todas as religiões tem entidades que cumprem esse papel. Um bom exemplo disso são as comunicações recebidas por Chico Xavier e Divaldo Franco mostram a existência  desses espíritos trabalhando também no Plano Astral *.
     
   A reunião de Exú ou Gira de Exu tem como finalidade descarregar os médiuns e os consulentes. Unindo suas energias eles são capazes de entrar em contato e orientar mais facilmente com almas que ainda não encontraram um caminho. Estas almas vivem entre os encarnados, prejudicando-os, obsidiando-os e até mesmo trazendo-lhes um desequilíbrio tão grande que são considerados loucos. Para este trabalho eles necessitam muito de nosso equilíbrio e de nossa energia. Nosso equilíbrio é utilizado por eles no momento em que as entidades sofredoras se manifestarem com ódio, rancor, raiva, para que tenhamos bons pensamentos e sentirmos verdadeiro amor e harmonia para que desta maneira as desarmemos e não as deixemos tomar conta da situação e, quem sabe, até as persuadir a mudarem de caminho libertando-se assim do encarnado ao qual está ligada; nossa energia é utilizada em casos em que estas almas estão sofrendo com o desencarne, tristes, com dores, humilhadas, desorientadas, assim eles transformam as nossas energias em fluidos balsâmicos que as ajudam, em  muito, na sua recuperação. Muitas destas almas desorientadas não conseguem nem se aproximar dos Terreiros de Umbanda pois os Exús da Tronqueira ficam encarregados de fazerem uma triagem liberando a passagem apenas das almas que eles percebem já estarem prontas para o socorro **, ou seja, prontas para seguirem um novo caminho longe do encarnado ao qual estava apegada.

Este trabalho de separação é feito por eles com muito empenho e seriedade e será muito melhor sucedido se o encarnado der continuidade ao mesmo, quando menos melhorando os seus pensamentos e se livrando da negatividade e do medo. Os Exús são almas que riem, fazem troça, mas não brincam em serviço. Por este motivo, gostaríamos que os médiuns tivessem por eles o maior respeito e consideração, pois são eles são os nossos guardiões e da Gira, reponsabilizando-se pela limpeza dos fluidos ou energias mais pesadas. Cada pessoa que entra em uma casa de Umbanda traz consigo seu saco de lixo cheio (são seus pensamentos, suas raivas, suas desilusões...) e são os Exús os trabalhadores encarregados de juntarem todos estes sacos para descarregar, dando a cada um de nós a oportunidade de diminuirmos o nosso lixo e facilitando nossas próximas limpezas. Cada vitória nossa é para estas Almas trabalhadoras um passo no caminho do desenvolvimento.

        A saudação aos Exus: A saudação ao Exú é LARÓYÈ = salve, que também quer dizer salve compadre, boa noite “moça”. Exú é MOJUBÁ - Moju (Viver a noite) Bá (armar emboscadas) ou seja “armar emboscadas vivendo a noite”.  Mas na Umbanda o trabalho dos Exús é o de guardião. Assim ao cumprimenta-lo estamos dizendo: Salve aquele que vive à noite e que arma emboscadas. Assim estamos reconhecendo seu poder e ao mesmo tempo estamos pedindo “Àquele que vive a noite, que nos livre das emboscadas”.
       
  
         Cada médium que passa por esta Obrigação vai colaborar com eles acrescentando energia e equilíbrio ao trabalho que eles executam. É por este motivo que tantas vezes é falado que devemos ter cuidado com nossos pensamentos e pedidos, pois eles são energias. Os Exús precisam das nossas energias positivas para que possam desempenhar melhor o seu trabalho.
        Nota: Os médiuns que vão fazer a obrigação de Exú devem permanecer em estado de seriedade, afastando-se de bebidas, festas, que neste caso exercem uma atração para as almas desorientadas. A função da obrigação de Exú é basicamente para fazer com que o Exú assuma no campo a função principal de guardião do médium, desde que este se comporte a altura de sua amizade e respeito.

Bebidas: Gostam muito de  bebidas voláteis e o aguardente está entre elas ao qual dão o nome de malafo ou marafo, conhaque, cerveja e outras bebidas fortes. As Pomba-giras gostam de anis e champanhe. Não há necessidade de o médium ingerir a bebida, pois a mesma pode ficar num copo e o Exú ou Pomba-gira trabalhar com a sua energia utilizando  o conteúdo astral da bebida.

Comidas: Os Exús e Pomba Gira gostam de farofa, dendê, cebola, pimenta, limão, semente de mamona, e as Pombas Giras de enfeites e adornos, sem contar que gostam muito se suas oferendas enfeitadas com Rosas Vermelhas.

Alguns Nomes de Pomba Gira: Pomba Gira do Cruzeiro, do Cais, da Calunga, do Cemitério, Padilha, Mulambo, Cigana, Ciganinha, da Calunga, Maria Bonita, Rosa Maria, Maria Rosa, Maria Rita, Rosa vermelha, Rosa do cruzeiro, Sete Véus, Sete cravos, da Encruza..



Alguns Nomes de Exú: Sete Encruzilhadas, Veludo, Caveira, Tranca Ruas, Caveirinha, Exú Campina, Exú do Cruzeiro, Calunga, do Lodo, Lalu, da Madrugada, da Meia Noite, Mangueira, Mulambo, Mulambinho, Malandro, Malandrinho, Gira Mundo, Tiriri, Marabô, Sete Capas, Cadeado, dos Rios, da Cachoeira, dos Ventos, da Praia, Quebra Galho, Sete Covas, Sete Catacumbas, Sete Luas, Sete Sombras, Três Punhais, Três Cruzes, Sete Chaves, Tranca Tudo, Tira Teima, Zé Pilintra e muitos outros.

Hierarquia dos Exús: Os Exús e Pomba-giras prestam obediência ao Chefe da Casa. No caso do Ilê de Bará com Xangô é o Exú Tranca Rua das Almas e Maria Padilha das Almas.

Exú Tronqueira: Não confundir o trabalho do  Exú guardião com o trabalho do EXÚ TRONQUEIRA. O Exú Tronqueira  é aquele que guarda o Terreiro e passa por uma triagem às pessoas que entram no Terreiro. Por isso a sua casa  é colocada junto à porta de entrada e é a primeira a ser saudada. Todos devemos ter o máximo de respeito do Exú Tronqueira, pois se uma Gira corre bem e firme devemos agradecer principalmente a ele.

Exu ---A Pedra

Linha e Falanges dos Exus
 


Linha das Almas

São os que vivem onde tem almas, ou seja, na calunga, e existem várias Calungas. Calunga grande (Mar), Calunga (Cemitério), Calunga das Matas (Matas). Em cada área específica existem Exus responsáveis e cada Exu com seu exército ou falange.

Exu Pimenta pertence a linha das almas e vive na calunga das matas, onde socorre as almas que vagam levando-as à luz, se merecedora ou fica com ele, ou outros exus, onde a alma é reeducada sempre visando levá-la à luz.

Existe a Pomba-Gira Rainha dos 7 Cruzeiros da Calunga Grande, que vive no mar, fazendo o mesmo papel do Exu Pimenta.

Assim como o Exu 7 Cruzes, 7 Covas, 7 Catacumbas, que vivem no Cemitério e fazem o mesmo papel.
Todos os Exus dessa linha trabalham com velas brancas, pretas e brancas, amarelas e pretas e guias da mesma cor.
Linha das Encruzilhadas
Destina-se a linha da rua, ou seja, o povo da rua responsável por todos os caminhos, o responsável por todas as encruzilhadas seria o Rei das Sete Encruzilhadas.
Existem vários exus dessa linha Capa Preta da Encruzilhada, 7 Encruzilhadas, 7 Estradas, 7 Caminhos, Tranca Ruas, entre outros. Trabalham muito com velas vermelhas e pretas, ou pretas e usam guias da mesma cor.
Recebem suas oferendas em encruzilhadas ou matas.
“As encruzilhadas de cimento não são boas para fazer oferendas para exus, pois lá vivem muitos kiumbas, eguns, espíritos atrasados que usam os nomes dos exus para atrapalhar as pessoas”.

Linha das Matas

Onde vivem os exus que trabalham nas cachoeiras, pedreiras, em matas, rios, etc. Onde muitos são caboclos quimbandeiros, trabalham muito com ervas, gostam de ensinar banhos, defumações, tudo que envolva ervas. Existem vários tipos de matas, matas serradas, matas fechadas, matas em beira de estrada, de mar, onde existem os determinados exus responsáveis. Os mais conhecidos são: Arranca-Toco, 7 Cachoeiras, Pimenta, das Matas, dos Rios, entre outros.
Trabalham muito com velas verdes, verdes e pretas ou pretas, usam guias da mesma cor e muitas ervas.

Outras Linhas

Existe a linha dos mirins, onde cada exu tem um mirim representante, trabalham com velas cor de rosa e preta, azul e preta, doces, balas, guaranás, mel, etc. o exu chefe seria Tiriri.
Existe também a linha dos exus do mar, são piratas, marinheiros e exus das almas, afinal o mar é a calunga grande. Trabalham com velas pretas ou azuis, com areia. Suas guias são da mesma cor e com conchas e búzios.
Outra linha é a dos ciganos que em sua maioria são da linha das almas. Trabalham com anéis, jóias, correntes, tudo que envolva dinheiro, usam velas de várias cores. As guias variam bastante entre correntes ou amarelo ou preto.

Pomba-GirasPertencem a todas as linhas entre elas temos: Pomba-Gira Cigana, 7 Saia das Matas, Pomba-Gira Menina, Dama da Noite, Rosa Caveira.

Companheiras (os)Cada exu (ou pomba-gira) tem sua companhia preferida, atuando como seu braço direito, a qual, sempre acompanha seu companheiro. E esse comportamento é uma coisa singular e pessoal variando de exu para exu. Por exemplo: o Tranca Rua das Almas tem como companheira Pomba-Gira das Almas, mas talvez o Tranca Ruas que incorpora no José é da mesma falange (família) daquele que incorpora no João, porém não é o mesmo e com isso prefere uma companheira diferente.

domingo, 26 de fevereiro de 2012

TENDA DE XANGÔ: FIRMEZA DA TRONQUEIRA

TENDA DE XANGÔ: FIRMEZA DA TRONQUEIRA: Muitos são os que chegam em um templo de Umbanda e se melindram, se assustam com as firmezas existentes na porta. Aquelas casinhas, conhec...

A importância de firmar nosso exu guardião.




Todos os que conhecem a Umbanda e os demais cultos afro brasileiros sabem que, antes de qualquer trabalho ser iniciado, é preciso ir até a tronqueira ou casa de Exu e firmá-lo, para que ele possa atuar por fora do espaço espiritual do templo (Tenda ou Ilê Axé), protegendo-o das investidas de hordas de espíritos “caídos” que estão atuando contra as pessoas que buscam auxílio espiritual e religioso que possa livrá-las dessas perseguições terríveis. Para que um trabalho transcorra em paz, harmonia e equilíbrio, e para que os guias espirituais possam atuar em benefício das pessoas e trabalhar os seus problemas, é preciso que tronqueira esteja firmada, porque assim, ativada, ela é um portal para o vazio relativo regido pelo senhor Exu guardião ligado ao Orixá de frente do médium dirigente do templo. Um Exu guardião é assentado na tron­queira, e vários outros são “firmados” dentro dela, sendo que estes estão ligados a outros senhores Exus guardiões de reinos e de domínios regidos por outros Orixás. Os outros não podem ser assentados, senão dois vazios relativos se abrem “ao redor” do espaço espiritual “interno” do templo, e a ação de um interfere na do outro. Um só Exu guardião é assentado, e todos os outros são só “firmados” na tronqueira, pois, se dois forem assentados na mesma, a ação de um interferirá na ação do outro vazio relativo aberto no “lado de fora” do templo. Assentar o Exu e a Pombagira guardiã no mesmo cômodo ou “casa de esquerda” é aceitável, porque o campo de ação dele se abre no “lado de fora” e o campo dela abre-se para dentro do “lado de dentro” do templo, criando apolarização com o campo do Exu guardião. O campo do Exu guardião é o vazio relativo que se abre no lado de fora do espaço espiritual interno do templo. O campo da Pombagira guardiã é o “abismo” que se abre para “dentro”, a partir do espaço espiritual interno do templo. Esses dois Orixás são indispensáveis para o equilíbrio de um trabalho espiritual, porque um atua por fora e o outro atua por dentro do templo.  Um se abre para fora, repetindo o mistério das realidades, e o outro se abre para dentro, repetindo o mistério das dimensões.  Exu retira do “espa­ço infinito” tudo e todos que estiverem gerando desequilíbrio ou causando desarmonia.  Pombagira recolhe ao âmago do espaço in­finito tudo e todos que o estiverem desarmoni­zan­do. São duas formas pare­cidas de atuação, mas Exu retira, e Pombagira inte­rioriza. Comparando o espaço infinito com um vulcão, Exu seria o ato de erup­ção, quando ele descarrega a intensa pressão interna. Já a ação de Pombagira, seria a das rachaduras internas , que a pressão abre dentro da crosta, nas quais correm e acumulam-se toneladas de lava vulcânica, que se acomodam e, lenta­mente, se resfriam e se cristalizam, gerando enormes acúmulos de minérios e cristais de rochas. Exu e Pombagira são indispensáveis aos trabalhos espirituais, porque junto com os consulentes vêm todas as suas cargas energéticas e vibratórias negativas; suas cargas espirituais e elementais que sobrecarregam o espaço espiritual interno, que deve ter essas duas “válvulas” de escape funcionando em perfeita sintonia e sincronizadas com todo o trabalho que está sendo realizado pelos guias espirituais. Se essas “válvulas” estiverem fun­cionando bem, o trabalho realizado não sobrecarregará os guias espirituais que trabalharam pelas pessoas. Porém se não funcionarem corretamente, eles terão que recolher todas as sobrecargas e irem descarregando-as lentamente nos pontos de forças da natureza, mas à custa de muitos esforços. Portanto, com isso entendido, espe­ra­mos que os umbandistas entendam o porquê de terem que firmar seu Exu e sua Pombagira antes de abrirem seus trabalhos espirituais. Exu e Pombagira geram muitos fato­res e executam muitas funções na Criação e, em algumas dessas funções, formam linhas de trabalhos espirituais. Eles também formam pares. Em algumas oca­siões são complemen­ta­res; em outras, são opos­tos; em outras, são com­plementares e opostos ao mesmo tempo.
Só pelas suas funções aqui já descritas, tornam-se indispensáveis à paz, à harmonia e ao equilíbrio dos trabalhos espirituais realizados pelos médiuns umbandistas, tanto os realizados dentro dos centros quanto os realizados fora dele. Afinal, não são poucos os médiuns que, movidos pela bondade, vão até a residência de pessoas com graves problemas ou demandas para ajudá-las e, por não tomarem a precaução de firmar Exu e Pombagira antes de trabalhar para elas, ao invés de ajudá-las realmente, só pegam cargas que irão desequilibrá-los também. Para se fazer um bom trabalho na residência de alguém, assim que chegar, deve-se ir até o quintal, riscar um ponto de Exu, colocar um copo com pinga, firmar as velas nos seus pólos mágicos e invocar o Orixá Exu e o seu Exu guardião, pedindo-lhes que descarreguem todas as sobrecargas e recolham todas as demandas feitas contra os moradores da casa e até contra ela. O mesmo deve ser feito com Pomba­gira para que, só então, o médium comece a trabalhar espiritualmente, porque, aí sim, todas as cargas e demandas terão por onde ser descarregadas. E mesmo as entidades negativas que tiverem de ser transportadas para que recolham suas projeções negativas virão de forma ordenada e equilibrada, não causando nenhum problema durante o trabalho. Quando se vai com alguém na natureza para descarregá-lo, tanto o médium deve firmar suas forças em sua casa como deve, pelo menos, firmar Exu ou Pombagira no campo vibratório escolhido, para não ter contratempo algum durante o trabalho de descarr ego na natureza. São medidas indispensáveis para que um bom trabalho seja realizado e tudo transcorra em paz. Esperamos ter conseguido transmitir os fundamentos necessários para que o ato de “firmar” a esquerda não seja mal interpretado, e sim visto como indis­pen­sável para que bons trabalhos sempre sejam realizados, tanto em benefício próprio quanto dos nossos semelhantes.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Para construir nosso congá.


                        A construção do  congá ou santuário é algo muito pessoal e  particular e deve ser adaptada ao gosto pessoal de cada medium e suas necessidades ,utilizando elementos adequados de acordo com a nossa fé ,algumas pessoas não utilizam imagens ,ao invés disso empregam objetos simbólicos  da natureza que representam  os quatro elementos  , as forças dos orixás e guias espirituais .Transcrevo aqui uma orientação muito interssante da internet que acredito deverá ser útil aos interessados:
Ao montar um congá em casa(altar), deve-se ter critérios e saber pelo menos um pouco como misturar os elementos da natureza(Fogo, terra, ar e água). Um congá em casa, não segue os mesmos critérios do congá do terreiro, não se deve encher o congá de casa de imagens, pegando todos os orixás das 7 linhas e misturando-os no mesmo espaço.
                  Dicas para um congá correto:
Deve conter a imagem de Oxalá e a de seu Orixá de cabeça, nada mais, se quiser, pode adquirir somente a imagem de Oxalá, ja é suficiente.
 Para consagrar sua imagem, leve-a ao terreiro para que um guia cruze-a, antes de colocá-la no congá.
A imagem deve ser limpa mensalmente, com água de rosas brancas no caso de Oxalá, deve ser mantida acesa uma vela branca e um copo com água, após suas orações você deve consumir essa água e depois substituí-la. É melhor que a vela seja de 7 dias e colocada em recipiente adequado, para evitar acidentes.
 O conga, deve estar em um local onde não circule vento.

Se quiser colocar uma rosa branca também pode.

 No altar, onde houver a imagem de Pai Oxalá, é terminantemente proibído colocar bebidas e velas coloridas, principalmente a vermelha e preta.


  congá de ciganos, deve ser separado, jamais se coloca cigano junto com os outros Orixás, principalmente Pai Oxalá, pois os elementos são opostos em cores, a imagem de Santa Sara, deve ficar no altar dos ciganos, pois ela é cultuada como cigana, com cristais, fitas, suco de uva e elementos próprios a esses espíritos, não combina com os elementos de Pai Oxalá.


 O congá de casa, deve ser o mais simples possível, com no máximo 3 imagens, nada de fazer de sua casa um terreiro e nem um velário.


O maior Santuário de um ser-humano, é seu coração, como anda o seu?


Boa sorte na montagem de seu congá.


Mãe Rosa de Xangõ.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

A importância das guias na umbanda.










As guias são os colares feitos para serem usados nos trabalhos. É um elemento de ligação do médium com o espírito ou o Orixá.  São feitas de pedras coloridas e de cristal, ou sementes de árvores ou arbustos. Todos devem usar a guia do Orixá (Vibração Cósmica) e das entidades com quem trabalham. Existem também as guias daqueles que têm hierarquia dentro do terreiro. O pai ou mãe-de-santo usam suas guias com sete voltas. Existem pais de santo que não costumam incorporar com a guia de pai-de-santo. Tiram-nas antes de receber a entidade com a qual vão trabalhar. Guias feitas de plástico ou fantasia não têm imantação. Servem apenas como adorno.                                                                             
Usa-se ainda uma guia pequena no dia-a-dia, nas cores do Orixá. Serve como proteção diária.                                                                                                     

 IMPORTÂNCIA DAS GUIAS As guias têm várias finalidades. Quer servindo como arma de defesa para os cavalos que são obrigados a entrar em contato com diferentes modalidades do negativo ou para as entidades que delas necessitam para trabalho na eliminação de magia, para fluidos magnéticos e radioativos de vibrações. A rigor, as guias são preparadas obedecendo instruções das entidades chefes, pois elas sabem por que seus filhos de fé devem usar as guias de santo de cabeça. Fica para as entidades chefes dizer a cor e como deve fazer. Estes são os poderes das guias e não por enfeites.
Os bons Umbandistas que amam a Deus de verdade, devem seguir os rituais na mais pura fé, pois afinal de contas é o próximo que faz um médium evoluir muito rápido, como, perguntar a fé. Por este motivo, quanto mais o médium trabalha e dá de si tudo de bom, é um médium bem evoluído nessa Umbanda Mãe, que acolhe seus filhos cheios de pecados e vícios e os encaminha só para o bem. A Guia (colar) é um ponto de referência e atração entre a Entidade e o médium. Ela é preparada para que haja maior facilidade de comunicação, ou um elo mais firme entre a Corrente de Vibração do Astral Cósmico e a Corrente de Vibração material dos médiuns. médium.
O Médium, no decorrer do seu preparo, deverá receber as seguintes guias (colares):

 - Guia de Oxalá: Dada ao médium como segurança, após o seu Amaci e Batismo na Lei                                                                                                                                        

- Guia do Obreiro: Dado ao médium em consonância com a Entidade que ficará responsável pelo médium.                                                                                                                             

 - Guia do Capangueiro: Dado ao médium, com autorização da Entidade (acima) responsável pelo mesmo, afim de elo de ligação entre o médium e o empregado (Exu) da dita Entidade.                               

 - Guia de Orixás: Guias de referência aos Orixás que mais influem no médium . (1o Adjutor e Adjutor Auxiliar).  
A - Pai de cabeça         B - Mãe de cabeça





Desdobramento astral.

assunto
DESDOBRAMENTO
AutorData Publicação
Narci Castro de Souza12/07/2001
Origem



Ao adormecer, a maioria das pessoas desdobra-se, isto é, deixa em corpo astral/mental ou perispírito o corpo denso de carne, e se desloca para lugares onde se encontra com pessoas afins, encarnadas ou desencarnadas. Outras vezes, é atraída pela força mental de entidades amigas ou inimigas. Pelas primeiras, a fim de receber lições, conforto ou auxilio. Pelas segundas, sempre com o objetivo de prejudicar alguém.
No entanto, a maioria dos que, ao se desdobrarem, conseguem ter experiências produtivas, ao retornarem para o corpo não conseguem lembrar-se do ocorrido sem o auxilio dos guias espirituais. Isto se dá porque, ao retornarem, não despertam logo, quedando-se adormecidos no corpo, mergulhados no mar de imagens mentais geradas durante o período de vigília, que apagam os registros das experiências.
É de suma importância que não adormeçamos sem, antes, elevar nossas vibrações através da prece, pois isto nos oferece proteção durante o sono.
Entidades negativas, muitas vezes, se aproveitam da falta de vigilância para incutir mensagens hipnóticas, que induzem um comportamento que não se teria sem essa interferência maléfica.
A seguir, narrarei algumas experiências muito interessantes e esclarecedoras vividas por mim em desdobramento astral.
Quando nos projetamos fora do corpo físico em corpo astral-mental, algumas vezes ao retornarmos, ficamos paralisados, e isto nos faz vivenciar uma experiência muito desconfortável. Isso se deve a um retorno precipitado, antes de nosso corpo físico recobrar o estado de vigília. Nossas funções motoras ainda se encontram adormecidas, desligadas pelo estado do sono.
O que fazer quando isto ocorre?
Relaxar e procurar sair outra vez, controlando a ansiedade. Quando objetivamos isto, às vezes, mergulhamos no estado de inconsciência que ocorre antes do desdobramento e, quando voltamos, tudo acontece de forma usual, isto é, não mais nos sentimos aprisionados a um corpo que não obedece a nosso comando. Outro recurso que podemos nos valer, é relaxarmos através de uma prece ao Cristo, e obteremos o mesmo positivo efeito.
Alguns relatos nos chegam sobre certas sensações que nos acometem, pouco antes de nos projetarmos: zumbidos, falta de ar, sensação de entrarmos em um torvelinho. Normalmente estas sensações tendem a desaparecer na medida que começamos a nos libertar da ansiedade provocada pela insegurança de que poderemos não conseguir retornar ao corpo físico o que é impossível de acontecer antes da hora de nosso desencarne que sempre é presidido por espíritos superiores.
Sobre as posições mais indicadas para se fazer uma projeção ou desdobramento consciente é a de decúbito dorsal, isto é de barriga par cima. Particularmente é nesta posição que me encontro sempre ao retornar após o desdobramento.
Não devemos exercitar a projeção astral fora dos períodos normais do sono., seja à tarde se temos este hábito, seja à noite. Devemos também sempre fazer uma prece que objetiva entrarmos em contato com nosso mentores e deles recebermos proteção. Lembremos que o mundo Astral pode ser muito hostil e nele não devemos nos aventurar sem proteção.
Bibliografia:
LIÇÕES RECEBIDAS EM DESDOBRAMENTO ASTRAL - Autora: Narcí Castro de Souza
PROJETANDO LUZ - UM GUIA DE APRENDIZADO ESPIRITUAL - da mesma autora
PROJEÇÃO ASTRAL - Valdo Vieira

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Uma lenda sobre Omulu-


Orixá da cura, continuidade e da existência !!!
Chegando de viagem à aldeia onde nascera, Obaluaê viu que estava acontecendo uma festa com a presença de todos os orixás. Obaluaê não podia entrar na festa, devido à sua medonha aparência. Então ficou espreitando pelas frestas do terreiro. Ògún, ao perceber a angústia do Orixá, cobriu-o com uma roupa de palha, com um capuz que ocultava seu rosto doente, e convidou-o a entrar e aproveitar a alegria dos festejos. Apesar de envergonhado, Obaluaê entrou, mas ninguém se aproximava dele. Iansã tudo acompanhava com o rabo do olho. Ela compreendia a triste situação de Obaluaê e dele se compadecia. Iansã esperou que ele estivesse bem no centro do barracão. O xirê (festa, dança, brincadeira) estava animado. Os orixás dançavam alegremente com suas ekedes. Iansã chegou então bem perto dele e soprou suas roupas de palha com seu vento. Nesse momento de encanto e ventania, as feridas de Obaluaê pularam para o alto, transformadas numa chuva de pipocas, que se espalharam brancas pelo barracão. Obaluaê, o deus das doenças, transformara-se num jovem belo e encantador. Obaluaê e Iansã Igbalé tornaram-se grandes amigos e reinaram juntos sobre o mundo dos espíritos dos mortos, partilhando o poder único de abrir e interromper as demandas dos mortos sobre os homens.

Os filhos de Omulu.


O tipo psicológico dos filhos de Ọmọlú é fechado, desajeitado, rústico, desprovido de elegância ou de charme. Pode ser um doente marcado pela varíola ou por alguma doença de pele e é freqüentemente hipocondríaco. Tem considerável força de resistência e é capaz de prolongados esforços. Geralmente é um pessimista, com tendências autodestrutivas que o prejudicam na vida. Amargo, melancólico, torna-se solitário. Mas quando tem seus objetivos determinados, é combativo e obstinado em alcançar suas metas. Quando desiludido, reprime suas ambições, adotando uma vida de humildade, de pobreza voluntária, de mortificação.
É lento, porém perseverante. Firme como uma rocha. Falta-lhe espontaneidade e capacidade de adaptação, e por isso não aceita mudanças. É vingativo, cruel e impiedoso quando ofendido ou humilhado.
As filhas ou filhos de Omulu deverão tomar um banho de limpeza (amaci) com a pau-da-angola, que será colhidas uma segunda-feira, e numa lua crescente. O  banho deverá passar a noite no sereno para que ele possa absorver às correntes positivas enviadas pelo Cosmo. Antes do nascer do sol, coe o mesmo num pano bem limpo, e dentro de um alguida virgem.   

Dia de Omulu.

omolu 

sincretizado a São Lázaro ,Omulu  ,Obaluaiê ou Xapanã esta divindade é cercada de mistérios ,sendo a ela atribuída o poder de gerar e destruir doenças principalmente as relacionadas a pele  por isso também ele é chamado em algumas partes da àfrica de Xapanã por procar doenças que pipocam  nossa pele, o nome Xapanã significa aquele pode nos matar com  fogo  é muito temido e respeitado .Este orixá é filho de Nanã Buruquê  mas foi criado por Iemanjá  que o acolheu quando a mãe rejeitou-o por ser manco, feio e coberto de feridas,em yorubá seu nome Obaluaiê significa rei e dono da terra OBA significa Rei, ILU espíritos e AIYÊ significa terra, ou seja, Rei de Todos os Espíritos do Mundo. Ele lidera e detém o poder dos espíritos e dos ancestrais, os quais o seguem sendo considerado  senhor da vida e da morte uma vez que pode criar doenças e conceder também a sua cura .Omulu é representado manco  sua morada é isolada no meio da mata.Diz-se que junto com Ogum ele controla as estradas.Na mina Do Maranhão por causa do sincretismo Omulu está relacionado a vodum Acossi  São Lázaro .Esta Grande Potência Astral Inteligente.Tem sob seu comando incontáveis legiões de espíritos que atuam nesta Irradiação ou Linha, trabalhadores do Grande Laboratório do Espaço e verdadeiros cientistas, médicos, enfermeiros etc., que preparam os espíritos para uma nova encarnação, além de promoverem a cura das nossas doenças. 

Atuam também no plano físico, junto aos profissionais de saúde, trazendo o bálsamo necessário para o alívio das dores daqueles que sofrem.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Maranhão :A TERRA DOS VODUNS



 Um  texto retirado do trabalho de Sergio F. Ferretti sibre a encantaria maranhense :
Até a década de 1930 a religião e o nome vodum eram pouco conhecidos no Brasil.
A região da Costa da África Ocidental onde se localiza o antigo Reino do Daomé, era chamada
de Costa dos Escravos e também de Costa da Mina. Nesta região foi estabelecido pelos portugueses no
séc. XVII o Forte de São Jorge da Mina, localizado na atual República do Gana. Existe também na região
uma etnia denominada Mina. Os negros procedentes desta região foram conhecidos no Brasil como
negros mina e a religião dos voduns por eles praticada é conhecida até hoje, sobretudo no Maranhão e
na Amazônia, como Tambor de Mina. Existe uma música gravada pela cantora maranhense Alcione em
que aparece a afirmação de que “terra de mina é o Maranhão”.No Maranhão, o Tambor de Mina se desenvolveu a partir de duas casas  principais fundadas em meados do século XIX, que continuam atuantes até hoje, a Casa das Minas Jeje e a Casa de Nagô e de outros terreiros direta ou indiretamente relacionados com estas casas, como os antigos Terreiros do Egito, o Terreiro da Turquia e o ainda atuante Terreiro do Justino, fundados igualmente no século XIX. Algumas regiões do interior do Maranhão, como principalmente Codó, no Vale do Itapecurú e Cururupu, no litoral Norte, foram locais de concentração de grande número de escravose até hoje são focos importantes de difusão das religiões por eles trazidas da África e aqui mescladascom crenças em entidades de outras procedências.
A Casa das Minas Jeje exerceu e exerce grande influência até hoje, pelo prestígio de suas
vodunsis ou filhas-de-santo e pela contribuição no modelo de organização da religião dos voduns. Mas a
Casa das Minas não tem outros terreiros filiados ou que sigam diretamente suas tradições, tendo sido
sempre uma Casa única. Na Casa das Minas os cânticos são em língua jeje e os caboclos não são
cultuados. Da Casa de Nagô e de outros terreiros antigos é que derivam os demais terreiros de culto do
Tambor de Mina no Maranhão, que seguem seu modelo de organização religiosa e ritual acompanhada,
principalmente por dois tambores horizontais sobre cavaletes, denominados de abatas. A maioria dos
cânticos são língua nagô e em português e numerosos caboclos são invocados e cultuados. Nas casas de
culto mais antigas do Maranhão existe o costume de só dançarem mulheres que recebem as divindades
em transe. Os homens exercem outras funções relacionadas com a música e o sacrifício de animais. Nos
terreiros mais modernos, fundados em meados dos anos de 1950 é que os homens passaram a dançar,
mas em geral são em menor número do que as mulheres, embora haja notícias da presença atuante de
alguns homens nos terreiros desde os primeiros tempos.Na Casa das Minas Jeje, os voduns, em número de cerca de sessenta, se organizam em famílias  de divindades, a saber: família de Davice, da qual são conhecidos um total de 27 voduns e tobossis, ou  entidades femininas infantis. Estes voduns pertencem à Família real do Daomé até o rei Agongonu que  einou entre 1789 e 1797. Segundo pesquisas de Pierre Verger este culto teria sido trazido ao Maranhão pela rainha Nã Agontimé, viúva do rei Agongonu que foi vendida como escrava em virtude de conflitos   na família real. Nesta família destacam-se como mais conhecidos os voduns Toi Zomadonu, o dono da  Casa, Toi Dadarro, Toi Doçu, Toi Bedigá, Toi Daco e Nochê Sepazin e os voduns toquenos ou meninos, Tocá, Tocé e Jogorobossu. A Família de Savaluno, com um total de seis voduns e tobossis, que são nobres, amigos e hóspedes do dono da Casa, Toi Zomadonu. Destacam-se nesta família os voduns Toi Agongonu, Toi Zacá  e Toi Jotim. A Família de Dambira ou de Acossi Sakpatá, com 17 voduns e tobossis conhecidos, é o
panteon da terra, dos voduns que são reis caboclos, que curam doenças, especialmente da pele e cujo
culto é de grande importância na Casa. Destacam-se nesta família os voduns Toi Acossi, Toi Azili, Toi
Azonce, Toi Lepon, Toi Poliboji, Nochê Boça e Toi Boçucó. Há também as famílias de Quevioçô e de Aladanu, com um total de 15 voduns e tobossis conhecidos. A família de Quevioçô é a dos voduns nagôs, que são mudos na Casa das Minas e foram
trazidos para manter o culto dos nagôs entre os jejes. Destacam-se entre eles os voduns Nochê Sobô,
Toi Badé, Toi Liçá, Toi Loco, Toi Averequete, Nochê Abe, Toi Ajautó e Toi Avrejó. São os voduns dos
astros, dos ventos, das tempestades, do trovão e do sol. Entre estes alguns são conhecidos e cultuados
como orixás no Candomblé. Assim Badé equivale a Xangô, Sobô a Iansã, Abe a Iemanjá. Há também
alguns voduns de outras famílias com correspondentes no Candomblé, como Doçu que equivale a Ogun,
Toçá e Tocê aos Ibejis, Boça e Boçucó, a Oxumaré, Acossi que equivale a Obaluaê e alguns poucos
outros. A maioria dos voduns do culto mina jeje não possui correspondência entre os orixás nagôs.
Entre os voduns da Casa das Minas e em geral no culto dos voduns do Maranhão, não se dá
ênfase ao culto de Legba ou Exu, que na Casa é considerado como demônio, como responsável pela
diáspora e escravização dos negros. Assim Exu ou Legba são considerados como tabu no Tambor de Mina
e suas funções são discretamente assumidas por outras entidades como Surrupira, Légua Boji, os Turcos
e outras. Santa Bárbara é considerada a chefe dos terreiros de mina e Averequete é o seu delegado ou
guia. O vodum Toi Averequete, sincretizado com São Benedito, é considerado na Casa de Nagô e nos
terreiros de Mina Nagô, como o vodum que abre para a mata e chama as entidades caboclas. Na Mina do
Pará e no Terecô de Codó, Averequete é considerado também a entidade que traz os caboclos. No
Tambor de Mina do Pará e de outros estados, o culto aos caboclos está muito associado com os voduns e
orixás, o que parece concordar com a tradição daomeana de assimilação da religião de outros povos.Vemos que no Tambor de Mina não estão  presentes só práticas africanas, mas sendo uma religião afro-brasileira, inclui elementos de várias
procedências.
Crenças sebastianistas estão também presentes em certos aspectos da Pajelança e do Tambor
de Mina do Maranhão e do Pará. Existe a crença que el rey Dom Sebastião teria se encantado e vive com
sua corte na Praia dos Lençóis, próximo à Cururupu, no Maranhão, ou em outros locais e que no mês de
junho aparece encantado num touro e se incorpora nos médiuns durante rituais de Cura ou de Tambor
de Mina, havendo uma linhagem atuante da família de Dom Sebastião, com diversos nobres e caboclos
auxiliares.
No Maranhão o termo vodum é mais conhecido e utilizado do que orixá, seu equivalente em
nagô. Conforme informações transmitidas em trabalhos de Mundicarmo Ferretti, na Casa de Nagô e em
outros terreiros de origem nagô, são conhecidos e cultuados, entre outros os seguintes voduns: Sobô,
Averequete, Badé, Boça, Eowa, Navezuarina, Obaíla, Vondereji, Xadatã; os orixás: Iansã, Iemanjá, Nanã
Burucú ou Vó Missã, Obaluaiê, Ogum, Oxossi, Xangô, Xapanã; os gentis ou nobres: Rainha Bárbara
Soeiro, Dom João Soeiro, Dom João da Cruz, Dom José Floriano, Dom Luís Rei de França, Dom Miguel,
Dom Pedro Angaço, Rei de Junko, Rei de Nagô, Rei do Kotelo, Rei Sebastião (associado a Xapanã),
Rainha Rosa, Rainha Dina. São também conhecidos e cultuados entre outros as seguintes entidades
caboclas: Légua Bojí Buá, Baiano, Boto Velho, Caboclo da Bandeira (ou João da Mata), Caboclo Velho,
Chica Baiana, Corre Beirada, Guerreiro, João de Una, João do Leme, Luizinho, Mariana, Jarina, Pombo
do Ar, Preto Velho, Sebastiãozinho, Surrupira, Tabajara, Tapindaré, Tupinambá Tombasse, Zezinho,
Joãozinho, Pedrinho, Joaquim. O culto aos caboclos está muito presente no Tambor de Mina e há uma
infinidade de caboclos, assim o Tambor de Mina se aproximou com facilidade da Umbanda, da qual está
muito próxima.
Assim como os voduns mina jeje, a maioria das entidades cultuadas nos diversos terreiros de
Tambor de Mina, se agrupam em algumas famílias principais como a da Turquia, a do Rei Sebastião, a
família de Légua Boji, família da Bandeira e outras. Mundicarmo Ferretti, no livro Desceu na Guma
apresenta quadros de entidades espirituais recebidas em terreiros de São Luís, de Codó e famílias de
Caboclos do Tambor de Mina do Maranhão.
Entre fins do século XIX e inícios do século XX, sobretudo no período áureo da borracha na
Amazônia, a religião dos voduns se difundiu por diversos Estados, destacando-se o Pará, o Amazonas e
Rondônia onde temos maiores notícias de sua presença. Seth e Ruth Leacock e Chester Gabriel, entre
outros, apresentam importantes informações sobre caboclos e voduns em Belém e em Manaus
respectivamente. Levado por devotos provenientes destas regiões, desde as últimas décadas do século
XX, a religião dos voduns, tem se difundido principalmente em São Paulo, no Rio de Janeiro, em
Brasília, no Paraná e em outros Estados. Há também um ramo da religião dos voduns, especialmente de
tradição jeje Mahi, que se desenvolveu no Bahia e de lá se difundiu no Rio de Janeiro e em outros
Estados. Na Bahia o culto dos voduns é importante sobretudo em Salvador e em Cachoeira.
No Maranhão e em outras regiões, a religião dos voduns se aproximou de práticas religiosas de
outras procedências como a Pajelança e o Terecô. A Pajelança ou Cura se difundiu no Maranhão
principalmente a partir do Município de Cururupu, no Litoral Norte e se caracteriza pela presença de
um pajé ou pajoa que de posse de objetos rituais, como penacho, maracá e, amarrado com diversas
faixas coloridas, recebe diferentes entidades ao longo de uma noite. A entidades cultuadas pertencem
a diversas linhas de encantados como peixes, pássaros, princesas, caboclos, etc. e permanecem pouco
tempo, enquanto o pajé canta e dança toadas em sua homenagem. O ritual dura toda a noite sendo o
pajé algumas vezes substituído por outro. Os cânticos são entoados pelo pajé, repetido em coro pelos
presentes, acompanhados principalmente por pandeiros e palmas. A Pajelança é considerada como
parte da linha das águas doces, incluindo entidades predominantemente brasileiras, enquanto o tambor
de mina faz parte da linha da água salgada, com predomínio de entidades de origem africana. A
Pajelança inclui práticas terapêuticas e por isso mesmo foi perseguida como curandeirismo. No século
XIX pais e mães-de-santo eram denominados indistintamente de pajés, como mostra Mundicarmo
Ferretti.Terecô é um dos nomes pelos quais a religião afro-brasileira é mais conhecida na região de
Codó, no vale do Rio Itapecurú no Maranhão, de onde se difundiu por outros locais. O ritual assemelha se ao Tambor de Mina, com algumas diferenças nos instrumentos, nas vestimentas, no conjunto de
divindades e nos cânticos entoados. Destaca-se no Terecô a presença da família de Légua Bojí Buá com
seus diversos filhos, entre os quais Antônio de Légua, Coli Maneiro, Dora de Légua, Folha Seca,
Joãozinho, Joaquinzinho, Lauro, Lourenço, Manoelzinho, Maria de Légua, Mearim, Tereza de Légua e
muitos outros. Entre outras entidades recebidas em Codó, destacam-se Barão de Guaré, João de Una,
Leontino, Preto Velho de Angola e Rainha Rosa. No Maranhão e no Pará, a religião dos voduns, ou Tambor de Mina se aproxima da Umbanda e  também do Candomblé, religiões afro-brasileiras que se expandiram no país ao longo do século XX. No Maranhão, em decorrência de contatos com o Centro Sul, muitos terreiros se dizem de Umbanda porem  se diferenciam pouco do Tambor de Mina, exceto pelo predomínio de cânticos em português. Na  segunda metade do século XX, especialmente a partir dos anos de 1970, o Candomblé se difundiu  também no Maranhão, no Pará e na Amazônia, pela presença de contatos com a Bahia e com outras regiões do país, como Pernambuco, Rio de Janeiro e São Paulo. O Candomblé passou a gozar de grande prestígio cultural sendo considerada como religião mais bem estruturada do que o Tambor de Mina, destacando-se a presença de vestimentas rituais específicos como paramento dos orixás, de cânticos em língua nagô, tradução de mitos africanos especialmente nagôs. Com a difusão do Candomblé nota-se a  valorização de uma ideologia de dessincretização e de africanização, destacando-se a presença de  mitos, cânticos, rituais, divindades e vestimentas de inspiração africana, que são considerados como sendo mais puros do que os rituais com entidades caboclas, comuns no Tambor de Mina. Esta valorização tem ocorrido sobretudo em grupos de culto que contam com a presença de pessoas mais ovens. Alguns encantados da Mina são mais conhecidos e cultuados no Pará, como ocorre com as
princesas turcas Jarina e Erundina, que parecem ter vindo de lá para o Maranhão, como registra a letra
de uma doutrina cantada em São Luís que diz: “Aê, e á, Jarina chegou do Pará.” Como no Daomé e no
Haiti, a religião dos voduns no Maranhão e na Amazônia, assume características próprias e as vezes
nomes específicos em cada região e muitas entidades são mais conhecidas e cultuadas em determinadas
localidades.